O que você sabe sobre física quântica? Essa é a investigação contida no artigo “Avaliação do conhecimento prévio sobre a física quântica de pessoas em meio Web: uma análise utilizando escala Likert e Alfa de Cronbach”, do estudante do curso técnico em automação Gabriel Reis e da professora Rafaelle Souza do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), publicado no periódico Ensino de Ciências e Tecnologia em Revista.
O texto fala sobre a pesquisa através da qual foi aplicado questionário online com 173 participantes, predominantemente estudantes do ensino médio, além de universitários. A pesquisa revelou que, embora muitos estudantes e jovens adultos tenham contato com conceitos básicos de física quântica, ainda há lacunas significativas na compreensão mais profunda da área.
“Os resultados indicam que os/as participantes têm uma noção geral da física quântica e reconhecem suas aplicações tecnológicas, especialmente na medicina. No entanto, conceitos mais complexos, como o colapso da função de onda e a interpretação probabilística da mecânica quântica, ainda são pouco compreendidos. Além disso, o estudo aponta um crescente problema: o uso inadequado do termo ‘quântico’ na internet, frequentemente associado a produtos e terapias sem embasamento científico”, explica Rafaelle.
A pesquisadora destaca a importância da educação científica para evitar a propagação de crenças pseudocientíficas e do chamado “charlatanismo quântico”, fenômeno no qual conceitos da física quântica são distorcidos para promover produtos e tratamentos alternativos sem validação científica. De acordo com os autores da pesquisa há uma preocupação significativa entre os/as participantes sobre os riscos associados ao uso indevido da física quântica, mas a falta de conhecimento mais aprofundado os/as torna vulneráveis a desinformação.
Outro ponto levantado pelo estudo é o papel das redes sociais na difusão desses conhecimentos. “Mais da metade dos participantes afirmou ter aprendido sobre física quântica através de vídeos online, o que sugere que a internet tem sido uma ferramenta importante na popularização do tema, mas que também pode ser um espaço para a desinformação”, comenta Rafaelle.
Diante desse cenário, o estudo recomenda o investimento em divulgação científica de qualidade, com materiais acessíveis e confiáveis, além da inclusão de conteúdos de física quântica nos currículos escolares de forma mais estruturada. Para os autores o desafio é construir uma divulgação científica que equilibre acessibilidade e precisão, combatendo a “pseudociência e promovendo um conhecimento sólido sobre essa área fascinante da física”.