A estudante da licenciatura em física do campus Salvador, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), Camila Fernandes, e a professora Rafaelle Souza desenvolveram a pesquisa “Descolonizando o Ensino da Física: Em Busca da Implementação da Lei n° 10.639/2003 e 11.645/2008”. O objetivo da pesquisa é abordar a integração da diversidade cultural e étnico-racial no currículo, promovendo representatividade e valorização dos saberes africanos, afro-brasileiros e indígenas.
O trabalho foi apresentado no XXVI Simpósio Nacional de Ensino de Física (XXVI SNEF) realizado de 20 a 24 de janeiro, no campus do Gragoatá, da Universidade Federal Fluminense (UFF), na cidade de Niterói (RJ), e no XXXVIII Encontro de Física do Norte e Nordeste (EFNNE), que aconteceu de 25 a 27 de novembro, na Universidade Tiradentes (Unit), em Aracaju.
Rafaelle explica que foram aplicadas sequências didáticas entre alunos(as) do ensino médio, que são procedimentos organizados em etapas ligadas entre si para tornar o aprendizado mais eficiente. “O estudo evidenciou a relevância de desconstruir narrativas hegemônicas que excluem cientistas negros e indígenas”, explica.
Camila e Rafaelle argumentam que o ensino de física precisa ir além dos cálculos e teorias “dominantes, abraçando uma visão inclusiva que reconheça as contribuições de povos historicamente marginalizados”.
Entre as estratégias apresentadas pelas pesquisadoras estão atividades que contextualizam a ciência produzida por diferentes culturas e a utilização de recursos audiovisuais que conectam o conteúdo curricular às histórias e contribuições de cientistas não europeus. “Além disso, os resultados indicam que iniciativas antirracistas não apenas ampliam o repertório cultural dos estudantes, mas também inspiram futuros professores a adotarem práticas pedagógicas mais inclusivas”, completa Rafaelle.
A docente, que também é diretora de pesquisa e pós-graduação do campus, destaca que o trabalho ressalta não só a importância de cumprir as Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que incluem no currículo oficial a obrigatoriedade do estudo de história e cultura afro-brasileira e indígena, “mas também convida educadores e gestores a refletirem sobre a necessidade de uma educação que valorize a pluralidade cultural do Brasil. Ao reconhecer as raízes de nossa história e incorporar diferentes perspectivas, é possível construir um ensino de física mais representativo, crítico e transformador”.
Com informações do site IFBA – Campus Salvador