Um estudo teórico desenvolvido pela professora, pesquisadora e diretora de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação, Rafaelle Souza, e pelos estudantes pesquisadores Gabriel Adriano Reis e Gustavo Mota, que são vinculados ao Laboratório de Educação Steam Maker (LESTEAMM) do campus Salvador do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), revelou o estado da arte das pesquisas relacionadas à divulgação científica sobre a Física Quântica entre os anos de 2010 e 2022.
O estudo que foi publicado em formato de artigo na Revista Brasileira de Ensino de Física (RBEF) mostrou que há um grande déficit a ser sanado em relação às produções acadêmicas que visam comunicar as Ciências Naturais para a sociedade em geral.
Segundo Souza, a Física Quântica é uma área da ciência relevante, mas complexa e de difícil entendimento para o público não especializado. Para ela, “a discussão sobre a necessidade de uma linguagem acessível é crucial para melhorar a educação e a compreensão pública da ciência. Quando a ciência é comunicada de maneira clara e compreensível, ela se torna mais acessível, incentivando o interesse e a educação científica desde os primeiros anos escolares até a educação de adultos. A pesquisadora acrescenta, ainda, que nesse quesito “o artigo aponta que a maioria das pesquisas existentes não utiliza uma linguagem de divulgação científica adequada, o que pode causar obstáculos de natureza epistemológica. Isso significa que as pessoas podem ter uma compreensão inadequada ou distorcida dos conceitos científicos”.
Aluno do curso técnico integrado ao ensino médio na área de automação industrial, Gabriel conta que escrever o artigo foi um processo árduo porque precisou entender o método científico para organizar as obras e analisar os dados. Para ele, temáticas como a que foi abordada no artigo se aplicam a outras ciências, com a ideia de questionar o que o âmbito acadêmico tem feito para combater a desinformação e atuar na formação cidadã na educação. Orientado por Souza, Gabriel explica que este artigo surgiu a partir de um projeto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – Ensino Médio (PIBIC-EM), que começou lá em 2022: “durante o estudo de materiais de divulgação científica, percebemos uma certa tendência na produção acadêmica do conteúdo de Física Quântica e, então, decidimos pesquisar mais para poder realizar alguma conclusão sobre”.
O estudante conta também que apresentou o projeto do PIBIC-EM no XXV Simpósio Nacional de Ensino de Física, ocorrido no Maranhão, em novembro de 2023. “Minha primeira viagem em âmbito acadêmico foi para produzir conhecimento! E afirmo: é através dessas experiências, desses profissionais e desses investimentos que se fomenta ciência nesse país. Eu, felizmente, posso dizer que sou resultado desse processo, e tive a grandiosa sorte de ser orientado por uma servidora tão preciosa do serviço público de ensino brasileiro”, elogia.
Com informações do site IFBA – Campus Salvador